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Koluki
Wednesday, 30 December 2009
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Eu nasci acidentalmente em Kimpese, território da República Democrática do Congo, bem pertinho de Mbanza Congo.
Cheguei aos EUA em 1972 para viver com meu pai. Estudei Ciências Políticas numa universidade de Los Angeles e o meu objectivo era estudar leis a fim de ser advogado, mas verifiquei que a música era o meu verdadeiro amor.
Eu tinha 8 anos e vivíamos em Kinshasa ao lado de um clube quando decidi que eu queria para mim uma carreira musical. Mas não tive coragem de dizer à minha mãe que eu queria ser músico. Minha mãe considerava todos os músicos como vagabundos. Quando vivíamos em Kinshasa, a minha mãe dizia-me sempre que ‘não importa onde residimos fisicamente; nunca jamais devemos esquecer as nossas raizes’. Nós somos de Mbanza Kongo e o nosso país é Angola. Minha filha tem 2 anos e nasceu em Los Angeles, mas ela sabe que tem o sangue angolano e, consequentemente, é angolana.
Eu sou admirador da música e da cultura afro-cubana. Tenho um fascínio pela diáspora africana na América Latina, especialmente Cuba. Enquanto jovem, escutava música de artistas congoleses que incorporavam elementos da cultura cubana.
Nessa época (em Kinshasa) eu era muito jovem mas eu lembro que escutava a música de Francó, Dr. Nico, Rochereau, Mario Matadidi e Sam Mangwana, entre outros. Na minha própria música cheguei a incorporar alguns estilos destes gigantes musicais.
Em todos os países fui sempre bem recebido. Já estive em Cuba, Bélgica, França, Holanda, Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, Eslovénia, Suécia, Dinamarca, Israel, entre outros.
Eu sou um aventureiro. Quando ouvi a versão original de uma canção turca, decidi gravá-la. Meu amigo que fala turco ajudou-me na tradução e a pronunciar correctamente. A minha versão é muito popular na Turquia. Está no meu 5º disco (Issabela) e intitula-se Elbete, que traduzido do turco significa ‘com certeza’. É uma mensagem de esperança num mundo melhor.
Le début des années 80 a été marque, dans la vie culturelle africaine, par le lancement du projet « Centre International des Civilisations Bantu ». L’un des programmes établis pour cette nouvelle institution, action culturelle emblématique, a tous points de vue, a été la Biennale de l’Art Bantu Contemporain. L’un des objectifs assignes a cette opération culturelle, inédite, a été la promotion de cet important domaine, passablement orphelin, de la créativité artistique en Afrique centrale, orientale et australe. Il s’agissait, naturellement, dans cette démarche d’encourager et de faire connaitre au monde, les meilleurs talents, artistes plasticiens, de cette aire culturelle. Le développement de ce programme, qui s’est étalé sur une vingtaine d’années, depuis la sélection et l’acquisition de la collection initiale, la tenue des cadres émulatifs, le choix des reproductions représentatives, la publication de catalogues, l’illustration de notes de presse et d’articles, la réalisation de films documentaires et l’exposition itinérante a été domine par la signature d’ un peintre, hors pair, le congolais de la rive droite, Marcel Gotene.
Wyza is an up and coming Bakongo musician.
Having been humbled, moved, amazed, mesmerised and overwhelmed by his voice and music since recently discovering him, all I can bring myself to sensibly say is (paraphrasing the lady here):
Forget so and so (no offense to anyone intended, but...), Wyza is the Angolan musician with his finger on the pulse of ('global') music!
Yannick Ngombo, o Afroman, é o «rapper» do momento em Angola. Ele foi o músico que mais gente conseguiu levar ao estádio dos Coqueiros, naquele que seria o seu primeiro grande espectáculo ao vivo, a 23 de Janeiro último. Mais de 22 mil pessoas (cerca de 30 mil segundo um repórter do Jornal de Angola) se fizeram presentes, numa noite inesquecível, para a apresentação do seu álbum de estreia, o «Mentalidade».
[Mentalidade]
Antes, foi o «culpado» do encerramento da «portaria» do cine Atlântico, à Vila Alice, devido aos tumultos que se registaram na primeira sessão de venda pública do seu disco, quando os apreciadores da sua música não olharam a meios para terem a obra nas mãos. A polícia teve de intervir e as autoridades, sob pressão dos donos das lojas situadas no cine, decidiram-se pelo encerramento dessa kitanda dos músicos, transferindo-a para o Parque da Independência, umas centenas de metros mais adiante.
[Possas]
A popularidade da sua música reside no facto de espelhar nelas as vivências que a maior parte de nós tem no dia-a-dia. Em suma, fala dos problemas do povo e o povo, em face disso, se revê nas suas canções. Yannick Ngombo é, seguramente, o último grande fenómeno de massas.
[Controla-se]
Ele é p’ra aqui chamado hoje devido a uma canção que está a «bater» pelo país, por se debruçar sobre uma questão que temos digerido mal, mas que, embora muitos queiram fingir, existe a olhos nus, com consequências negativas para a sociedade. Estamos a falar da discriminação racial, em especial aquela que se abate sobre a maioria do povo: os negros.
[Pra Que]
Com o título de «Realista», a música retrata diversas situações em que esta prática é patente, apelando para que se ponha fim a ela, sob pena de se hipotecar o futuro dos nossos filhos e netos, como quem diz, do próprio país. Curiosamente, ela não faz parte do «Mentalidade», embora já estivesse pronta na altura em que este álbum foi produzido.
[Pelo Menos Bom Dia - feat. Matias Damasio]
Porque razão é que tal aconteceu, foi o que o Semanário Angolense pretendeu, entre outras coisas, saber de Yannick Ngombo, o Afroman, a quem alguns sectores já estão a rotular de «racista». Ele diz que «racista» não é, mas simplesmente «realista».
[Vai e Vem]
Numa entrevista que concedeu ao Semanário Angolense, da qual, no entanto, nos vamos apenas ater aos envolvimentos da canção em apreço num primeiro momento, Yannick Ngombo explica as razões da não inclusão no «Mentalidade» e do seu surgimento no mercado paralelo, ou seja, nos candongueiros e noutras «discotecas-auto» ou ainda em festas ou reuniões de amigos e compadres, onde acaba por assumir um carácter com um quê de «revolucionário», devido à controversa temática nela contida.
[A Luta]
«A música foi feita em função da experiência que tive no exterior. Não há pior coisa do que ser discriminado racialmente. E isto aconteceu comigo. Quando voltei para o país, encontrei a mesma coisa: é o negro a discriminar o próprio negro e o branco a fazer a mesma coisa ou pior. Possas que horror!», justifica o autor do «1-2-3».
[1-2-3]
Yannick Ngombo diz que a música se refere a muitas «cenas de discriminação que têm acontecido cá entre nós, principalmente em relação à cor de cada um». Segundo o homem de Maquela do Zombo, foi «a força da traição e da pirataria» que colocou a canção no ar, uma vez que estava a projectar inseri-la no seu segundo álbum. «E porque não no Mentalidade, se já estava pronta?», arriscou o jornalista, ao que Yannick Ngombo disse ter sentido necessidade de fazer uma espécie de auto-censura à canção, antes de se decidir em torná-la pública.
[Traz Azar]
«A música faz menção a cenas de discriminação. Você tem vivido esta realidade?», insistiu o jornalista. «Mano, eu não canto à toa. Tudo que canto são situações vividas e todas reais. Fui muitas vezes humilhado em discotecas, em agências bancárias, e em muitos outros sítios públicos», responde.
[Quem Fez a Mulher]
Acrescentando: «Por exemplo, uma vez, quando estive em Benguela e na Huíla, fui travado na porta de uma discoteca por ser negro. Segundo eles (os porteiros), negro em péssimas condições ou calçado de sapatilhas, não podia ter acesso. Mas, os dois brancos que vinham depois de mim, trajados quase com a mesma roupa, tiveram acesso. Isto é coisa de admirar, porque todos nós somos um só povo. Nós não devemos ter preconceito, porque se a cena continuar assim, o que poderá surgir é mais uma guerra».
[Texto do Semanario Angolense, 09/05/09 - onde podera' tambem encontrar a letra de "Realista"]
[Coisa Minima]
N.B.: Nao e' por nada, mas exemplos praticos de "Coisa Minima" podem ser encontrados aqui.
Comecei ha’ dias a ouvir este album do Waldemar Bastos (2006). Ja’ nao ouvia a sua musica desde que, ha’ cerca de dez anos, o fui ver actuar no Barbican de Londres, onde ele foi fazer o ‘intro’ a um espectaculo da Suzana Baca. Fui com uma amiga americana, branca, grande fa da Baca, que nao o conhecia. Ficamos sentadas na primeira fila (tao perto do palco que ainda apanhamos com uns perdigotos vindos dos lados dele…) e portamo-nos como umas verdadeiras teenagers em frente ao "seu maior idolo" – o que nao era bem o caso, queriamos apenas contribuir para que ele nao passasse perante aquela audiencia, constituida maioritariamente por fans da Baca, como apenas “um ilustre desconhecido”…
[Querida Angola]
Quando terminou a sua prestacao, quais groopies, aproveitamos o intervalo para ir aos bastidores falar com ele. Mandaram-nos esperar. E esperamos… e esperamos… A minha amiga, exasperada, comecou a perguntar “quem e’ que ele pensa que e’?” e eu, encabulada, sem saber o que lhe responder… Ja’ nos iamos embora, porque entretanto a Baca ja’ estava no palco, quando ele apareceu. Trocamos umas breves palavras. Apenas. E fomos ver a Baca – de que muito gostamos.
[Sofrimento]
Conheci o WB nas tertulias artisticas da Luanda dos anos 80, ainda antes de ele ter lancado o seu primeiro disco, o “Estamos Juntos”. Lembro-me de numa delas ele ter-me dito (smile): “se nao fosses uma preta cheia de manias, ate’ podiamos ser amigos”… Bom, anos mais tarde, em Lisboa, fui ve-lo no espectaculo de apresentacao do “Angola Minha Namorada”, do qual o ponto alto foi a sua versao do “Muxima”.
[Muxima]
Apenas recentemente soube que ele nasceu em Mbanza Kongo. Mas nunca soube que a Rainha Ginga (Nzinga Mbandi) “nasceu nas margens do Rio Zaire”…
[Rainha Ginga]
Mas deste album, o hit para mim foi este “Kuribota”. Ha’ pouco tempo, dediquei aquium poema a uns certos sujeitinhos… mas se na altura ja’ conhecesse esta musica, era o que lhes teria dedicado, porque… ate’ parece ter sido feita expressamente de encomenda para eles…assenta-lhes que nem uma luva! (WB, estas perdoado...)